Descrição
A luz ultravioleta pode ser classificada em UV-A, UV-B e UV-C, de acordo com a ordem decrescente de comprimento de onda. A luz UV-A, emitida pelo sol, não apresenta riscos à saúde humana e é capaz de induzir o bronzeamento, sem causar danos à pele. A faixa UV-B está associada a efeitos prejudiciais à saúde, incluindo envelhecimento precoce, reações cutâneas, manchas solares e câncer de pele, enquanto a radiação UV-C é completamente absorvida pela atmosfera terrestre, não atingindo a superfície do planeta através da luz solar natural. No entanto, ela pode ser produzida artificialmente, e é de interesse devido às suas propriedades germicidas. (1) Nesse sentido, a radiação UV-C tem sido amplamente utilizada para fins de desinfecção, como no tratamento de água para consumo, purificadores de ar portáteis, unidades de desinfecção em hospitais, laboratórios e indústrias. Entretanto, a exposição direta à UV-C pode ser prejudicial à saúde humana, mas seu efeito não é muito explorado em organismos vegetais. Nesse sentido, algumas plantas são reconhecidas como modelos para detectar toxicidade ambiental, a exemplo da espécie Allium cepa, a qual vem sendo empregada como organismo-teste para avaliação de efeito fitotóxico de compostos químicos e contaminantes, etc., destacando sua sensibilidade em relação a plantas superiores. Neste trabalho, buscou-se avaliar e quantificar respostas da exposição à radiação UV-C (254 nm) sobre células de A. cepa, considerando que os efeitos são bem definidos em literatura e frequentemente utilizados para avaliação de parâmetros tais como o potencial citotóxico, genotóxico e mutagênico. (2) As sementes de A. cepa (Isla Sementes Ltda.) variedade Baia Periforme, livres de agrotóxicos foram utilizadas. As análises realizadas de acordo com o protocolo desenvolvido pelo Laboratório de Mutagênese Ambiental (LMA) do Instituído de Biociências da Universidade Estadual Paulista (UNESP- Rio Claro). (3) Sementes de A. cepa foram dispostas em placa de Petri forradas com papel filtro e submetidas a germinação a 23° ± 2 °C em fotoperíodo 12h:12h com umidade relativa de 60 ± 10% durante96 horas, regadas com água destilada (n = 30 sementes, triplicata). As raízes com aproximadamente 1cm foram expostas a um tratamento temporário, sendo irradiadas a 254 nm nas doses 0,207, 1, 6, 9, 12 J/cm2 (lâmpada de Germicidal OSRAM, 8 W). As raízes tratadas foram fixadas e realizou-se análises macroscópicas e microscópicas. Verificou-se a inibição em todos os processos da geminação e desenvolvimento da semente, demostrando potencial genotóxico e mutagênico da irradiação com o UV-C nas células meristemáticas das raízes de A. cepa. Portando, os resultados sugerem que a ação da dose-resposta apresentou prejuízo em todas as condições testadas e fomentam estudos para definição de um threshold de efeitos sobre as plantas.
Referências
1 ÇAVUŞOĞLU, K. et al. Comparative investigation of toxicity induced by UV-A and UV-C radiation using Allium test. Environmental Science and Pollution Research, v. 29, n. 23, p. 33988-33998, May 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s11356-021-18147-1.
2 LEME, D. M.; MARIN-MORALES, M. A. Allium cepa test in environmental monitoring: a review on its application. Mutation Research/Reviews in Mutation Research, v. 682, n. 1, p. 71-81, 2009. DOI: https://doi.org/10.1016/j.mrrev.2009.06.002.
3 MARIN-MORALES, M. Ultiização de Allium cepa como organismo teste para detecção de genotoxicidade ambiental. Rio Claro: UNESP, 2023. (Projeto de Pesquisa).
Certifico que os nomes citados como autor e coautor estão cientes de suas nomeações. | Sim |
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Palavras-chave | Allium cepa. Ultravioleta. Biofotônica ambiental. |
Orientador e coorientador | Alessandra Ramos Lima |
Subárea 1 | Fotônica |
Subárea 2 (opcional) | Biotecnologia |
Agência de Fomento | Outras |
Número de Processo | Não se aplica |
Modalidade | INICIAÇÃO |
Concessão de Direitos Autorais | Sim |