Palestrante
Descrição
O LHC prevê um aumento crescente da sua luminosidade, o que irá gerar uma maior ocupação nos sistemas de leitura dos seus experimentos. Muitos dos processos físicos de interesse resultam em decaimentos em elétrons, fótons e múons, que são medidos pelos diversos subsistemas. Atualmente, o Experimento ATLAS passa por um extenso programa de upgrade, envolvendo os calorímetro e o espectrômetro de múons, que são essenciais para uma alta eficiência dos sistemas de trigger para estas partículas. Este trabalho descreve as contribuições do Cluster ATLAS/Brazil no contexto dos dois primeiros níveis de filtragem. Em 2017, o NeuralRinger (sinais descritos por anéis concêntricos e usando uma rede neural para a tomada de decisão) passou a ser o algoritmo de referência na etapa rápida do sistema de trigger de alto nível (HLT - High-Level Trigger) para elétrons com $E_T > 15$ GeV, dentro da região do barril ($|\eta| < 2,5$), reduzindo em 3 vezes a taxa de falso alarme. Esta técnica está sendo estendida para toda a faixa de energia, com ganhos de até 50\% na rejeição do ruído de fundo, em baixa energia, e novos resultados com modelos de aprendizagem profunda indicam uma redução de até 4 vezes na eficiência de rejeição do ruído de fundo. Paralelamente, o NeuralRinger foi adaptado para a detecção rápida de fótons com $E_T > 15$ GeV, mostrando bons resultados com dados simulados, reduzindo a aceitação de jatos hadônicos em aproximadamente 45\%. Por outro lado, um estudo para elétrons que atinjam o detector em $|\eta| > 2,5$ está em andamento. Com isso, espera-se que o NeuralRinger seja a responsável pela detecção online da etapa rápida do sistema de trigger para elétrons e fótons nestas regiões. Um aprimoramento adicional do NeuralRinger está em andamento, visando incorporar a medida da largura dos chuveiros desenvolvidos nos calorímetros do ATLAS. No que tange o trigger de primeiro nível para múons, desenvolveu-se uma decisão combinada, em que a calorimetria hadrônica (calorímetro Tilecal) provê uma informação de coincidência com a resposta do espectrômetro de múons, de modo a rejeitar eventos gerados pelas interações de baixo momento, provenientes da blindagem do feixe do LHC. O sistema Tilemuon passou a operar em 2018 e foi responsável por reduzir em 6\% a taxa de ocupação da banda-passante do trigger de múons para estes eventos indesejáveis. Atualizações no sistema Tilemuon para a operação no Run 3 também estão em andamento, de modo a aumentar a taxa de comunicação do sistema de trigger.
Key Words | ATLAS, Trigger, NeuralRinger, Tilemuon |
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