5 – 9 de ago. de 2019
Fuso horário America/Sao_Paulo

Expressão e purificação de mono oxigenase lítica de polissacarídeo

Não agendado
20m
Doutorado

Palestrante

Paula Higasi (IFSC - USP)

Descrição

A utilização efetiva da biomassa vegetal depende da quebra das ligações que unem seus componentes, e da liberação das subunidades dos carboidratos que compõem a biomassa. Enzimas que atuam em carboidratos são divididas em diversos tipos e famílias no banco de dados Cazy (carbohydrate active enzymes), que incluem hidrolases de glicosídeos (GHs, como celulases), e enzimas de atividade auxiliar (AA). Entre as AAs encontram-se as mono oxigenases líticas de polissacarídeos (LPMOs). LPMOs ganharam destaque nos últimos dez anos por sua capacidade de aumentar a conversão de polissacarídeos recalcitrantes. (1) Desde então, descobriu-se que LPMOs dependem de um doador de elétrons, e que possuem seu sítio catalítico na superfície, e no centro deste, um íon cobre, que catalisa a hidroxilação da ligação glicosídica, no carbono C1 e/ou C4 da hexaose, resultando em uma lise na cadeia polissacarídica. Sequencias de genes que codificam para LPMOs são encontradas em fungos, bactérias, plantas, invertebrados e vírus, e até o momento, estão distribuídas em sete famílias no Cazy. Apesar do grande progresso alcançado nos últimos anos, ainda resta muito a ser descoberto sobre essas enzimas. (2) Neste trabalho, uma LPMO originária do fungo Thermothelomyces thermophilus foi produzida de forma heteróloga em Aspergillus nidulans, e purificada até homogeneidade aparente. Esta LPMO pertence à família AA9, apresenta bimodularidade, com um domínio catalítico e um de ligação a carboidratos. Apresenta alta temperatura de desenovelamento, podendo chegar a 75 ºC em determinados tampões. É capaz de atuar em substrato celulósico e análise dos produtos de reação indicam que hidroxila tanto no carbono C1 quanto no C4, resultado em ácidos aldônicos e cetonas. Retém atividade mesmo após incubação em temperaturas superiores a de enovelamento, o que possibilita a eliminação de possíveis contaminações resultantes da expressão em organismo hospedeiro que também possui conjunto de enzimas celulolíticas. Suas características tornam esta enzima de interesse na sua aplicação em conjunto com outras na degradação da biomassa.

Referências

1 VAAJE-KOLSTAD, G. et al. An oxidative enzyme boosting the enzymatic conversion of recalcitrant polysaccharides. Science, v. 330, n. 6001, p. 219-222, Oct. 2010.
2 EIJSINK, V. G. H. et al. On the functional characterization of lytic polysaccharide monooxygenases (LPMOs). Biotechnology for Biofuels, v. 12, p. 58-1-58-16, 2019. doi: 10.1186/s13068-019-1392-0.

Apresentação do trabalho acadêmico para o público geral Não
Subárea Biotecnologia Molecular

Autor primário

Paula Higasi (IFSC - USP)

Co-autores

Vanessa Arnoldi (IFSC - USP) Igor Polikarpov (IFSC - USP)

Materiais de apresentação

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