5 – 9 de ago. de 2019
Fuso horário America/Sao_Paulo

Análise da influência de elementos de transposição do clado CR1 na arquitetura do genoma do Schistossoma mansoni

Não agendado
20m
Mestrado

Palestrante

Eduardo Cherobin (IFSC/USP)

Descrição

Schistosoma mansoni é um platelminto parasitário, sendo um dos principais agentes etiológicos da esquistossomose em humanos. A esquistossomose constitui hoje um grave problema de saúde pública em vários países tropicais. A doença foi reportada em 78 países e pode ser considerada endêmica em 52 deles. Em 2012, pelo menos 249 milhões de pessoas estavam em regiões endêmicas, para as quais era recomendado o emprego de tratamento preventivo. Dezenas de retrotransposons já foram descritos no genoma do S. mansoni, sendo os transposons do tipo não-LTR os elementos móveis mais abundantes representando ~15% do genoma. Elementos do tipo não-LTR no genoma do S. mansoni podem ser atribuídos aos clados CR1, R2 e RTE. Já foi previamente demonstrado que o parasito humano Schistosoma mansoni possui uma alta taxa transcricional de elementos de transposição e se observam expansões recentes no número destes elementos no genoma do parasito, destacando a importância destes elementos na estruturação recente deste genoma. (1) Portanto, um maior entendimento da distribuição de elementos transponíveis no genoma do S. mansoni permitirá obter maiores informações sobre o papel de elementos de transposição na evolução de genomas deste ramo evolutivo. Verificamos que todos os transposons do tipo não-LTR do clado CR1 possuem tendência significativamente maior do que a esperada ao acaso de se inserirem em regiões intergênicas e de forma colinear a genes que se encontram na vizinhança da inserção, sugerindo mecanismos de reconhecimento de genes. Tal tendência não é verificada em transposons do clado RTE, sugerindo que trata-se de característica relacionada especificamente a transposons do clado CR1. Além disso, três elementos pertencentes ao clado CR1 codificam para proteínas contendo um domínio PHD e apresentam uma tendência a se inserirem a pequena distância do sitio de inicio de transcrição do genoma, o que não é observado em transposons sem este domínio. Dados anteriores indicam que domínios PHD interagem com histonas com modificação H3K4me3 e que tais tipos de histona são frequentes em regiões de promoção de transcrição. Considerando estes dados sugerimos um mecanismo no qual a incorporação do domínio PHD em transposons do clado CR1 permitiu o direcionamento a esta região adjacente ao sítio de transcrição através da interação direta deste domínio com as histonas modificadas.

Referências

1 VENANCIO, T. M. et al. Bursts of transposition from non-long terminal repeat retrotransposon families of the RTE clade in Schistosoma mansoni. International Journal for Parasitology, v. 40, n. 6, p. 743-749, May 2010.

Apresentação do trabalho acadêmico para o público geral Sim
Subárea Biofísica

Autor primário

Co-autor

Prof. Ricardo DeMarco (IFSC-USP)

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