5 – 9 de ago. de 2019
Fuso horário America/Sao_Paulo

Estudos estruturais sobre complexos de septinas humanas por MET

Não agendado
20m
Doutorado

Palestrante

Deborah Cezar Mendonça

Descrição

Septinas são proteínas da família das GTPases e estão envolvidas em uma série de processos intracelulares, incluindo divisão celular, tráfico de vesículas, exocitose, entre outros.(1) As septinas possuem a capacidade de interagirem com elas mesmas e polimerizar na forma de hetero-oligômeros, resultando em filamentos que subsequentemente se organizam em estruturas de mais alta ordem, porém o mecanismo de como essa associação ocorre ainda é desconhecido.(2) Essas proteínas são encontradas em vários eucariotos superiores, mas estão ausentes em plantas. Em seres humanos, foi observado que alterações nos níveis de expressão das septinas estão associadas com algumas patologias, como alguns tipos de câncer e doenças neurológicas.(1) Porém, há ainda muitas informações sobre tais moléculas não esclarecidas, como seu papel na hidrólise de GTP e mecanismo de ação. Portanto, este projeto objetiva análises de complexos de septinas ainda não estudados em termos estruturais, através da técnica de microscopia eletrônica de transmissão com análises de partícula única. Em humanos, há 13 genes que codificam septinas, classificadas em quatro grupos quanto à similaridade em relação à estrutura primária.(2) O complexo SEPT2-SEPT6-SEPT7 foi o melhor caracterizado, com uma estrutura cristalina resolvida à 4 Å(1) e foi sugerido que em altas concentrações salinas, o complexo se organiza em forma de hexâmero, com a SEPT7 se localizando nas duas extremidades. Utilizamos microscopia eletrônica de transmissão transmissão com análise de partículas únicas de amostras preparas por constrastação negativa para estudar um novo complexo de septina, SEPT5-SEPT6-SEPT7, para o qual não há informações estruturais disponíveis. A posição da SEPT5 no complexo foi acessada por sua fusão com MBP (Maltose Binding Protein) e imunolocalização com um anticorpo monoclonal anti-SEPT5. Nossos resultados mostram que a SEPT5 está localizada nas extremidades do complexo hexamérico. No entanto, SEPT5 pertence ao mesmo grupo que SEPT2, que é localizada no centro do hexâmero canônico SEPT2-SEPT6-SEPT7. Posteriormente, a mesma análise foi feita para SEPT2-SEPT6-SEPT7, mostrando que SEPT2 está também localizada nas extremidades do hexâmero, concordando com a posição SEPT5. Em conjunto, esses resultados levam a uma nova discussão sobre a forma como as septinas humanas formam heterocomplexos e também, no que diz respeito à sensibilidade das interfaces em relação à concentração de sal.

Referências

1 SIRAJUDDIN, M., M. et al. Structural insight into filament formation by mammalian septins. Nature, v. 449,p.311–117,2007.
2 MOSTOWy, S.; COSSART, P. Septins: the fourth component of the cytoskeleton. Nature Reviews Molecular Cell Biology, v.13, n.3,p.183–94,2012.

Subárea Cristalografia
Apresentação do trabalho acadêmico para o público geral Não

Autor primário

Co-autores

Dr. Samuel Leite Guimarães (- Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo) Prof. Richard Charles Garratt (Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos) Prof. Ana Paula Ulian Araújo (- Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo) Dr. Rodrigo Villares Portugal (Laboratório Nacional de Nanotecnologia, CNPEM)

Materiais de apresentação

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