5 – 9 de ago. de 2019
Fuso horário America/Sao_Paulo

Avaliação do controle microbiano através de técnicas fotônicas em solução de preservação de órgãos para transplante

Não agendado
20m
Iniciação Científica

Palestrante

Ana Gabriela Celentano Borges (IFSC)

Descrição

Pacientes que possuem algum órgão debilitado e necessitam de transplante, enfrentam uma fila de espera muito grande pois há pouquíssimos doadores. Quando a doação ocorre em caso de morte, o órgão é adequado apenas quando ocorre morte encefálica. (1) Para a preservação do órgão antes da cirurgia de transplante, este fica armazenado em uma solução de preservação que é capaz de mantê-lo funcionando, pois sua maior composição é de proteínas, e estas tornam as células impermeáveis, impedindo o inchaço das células e uma possível lise celular. (2) Um dos fatores que minimizam o número de órgãos disponíveis para o transplante é a contaminação microbiana. Nosso grupo desenvolveu um sistema para irradiação do líquido de preservação circulante para a inativação microbiana por radiação UVC ou terapia fotodinâmica. (3) Testes de inativação bacteriana foram realizados em solução tampão fosfato e em solução de preservação Custodiol® com a bactéria Staphylococcus aureus, que circulou em um circuito de tubos de silicone conectados à uma bomba de circulação e à um tubo de quartzo. O tubo de quartzo foi irradiado por 4 lâmpadas de mercúrio de baixa pressão UVC de 254 nm com potência de 4 W cada. O ciclo de irradiação durou por 60 minutos com coletas feitas no tempo 0 min; 1 min; 5 min; aumentando com intervalo de 5 min até os 20 min de irradiação, e depois aumentou com intervalo de 10 min até os 60 min. As coletas foram diluídas em série e colocadas em placas de Petri contendo meio BHI (Brain Heart Infusion), com crescimento de 24h a 37º C. Obteve-se gráficos de UFC/mL em função da energia entregue ao tubo de quartzo em J/mL. Realizou-se também testes de verificação do crescimento de Staphylococcus aureus em solução Custodiol® irradiada por luz a 660 nm (luz vermelha) durante 120 minutos. Coletou-se 5 amostras, com intervalo de 30 minutos entre elas, realizou-se a diluição em série e colocou-as para crescer em meio BHI ágar, a 37º C por 24h. O teste de inativação por UVC em solução tampão fosfato resultou em uma diminuição da ordem de 10$^5$ UFC/mL, já o teste em solução de preservação Custodiol® resultou em uma diminuição da ordem de 10$^3$ UFC/mL. O crescimento de células viáveis das amostras irradiadas por luz a 660 nm mostrou-se aproximadamente constante, confirmando que na irradiação por luz a 660 nm de uma amostra bacteriana sem a presença de fotossensibilizador não há inativação. Medidas de absorbância foram feitas na solução de preservação irradiada por UVC sem a presença de Staphylococcus aureus, obtendo-se um aumento aproximadamente linear de 1,4 de absorbância entre o 0min e 60 min de irradiação. Estes resultados mostram que a técnica de radiação UVC é uma alternativa à inativação de bactérias sem ser preciso do uso de antibióticos e uma das possíveis soluções para o número reduzido de doadores em contraste com a enorme fila de receptores de transplante, tornando órgãos que antes estavam contaminados aptos à serem transplantados.

Referências

1 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS. Dados númericos da doação de órgãos e transplantes realizados por estado e instituição no período: janeiro/março - 2018. Registro Brasileiro de Transplantes, ano XXIV, n. 1, 2018. Disponível em: http://www.abto.org.br/abtov03/Upload/file/RBT/2018/rbt2018-leitura.pdf. Acesso em: 6 nov. 2018.
2 LEE, C. Y.; MANGINO, M. J. Preservation methods for kidney and liver. Organogenesis, v. 5, n. 3, p. 105-112, 2009.
3 SILVA, C. A. S. et al. Evaluation of ultraviolet radiation to control microorganisms adhering to low-density polyethylene films. Brazilian Journal of Microbiology, v. 34, n. 2, p. 175-178, 2003.

Subárea Óptica e Lasers
Apresentação do trabalho acadêmico para o público geral Sim

Autor primário

Co-autor

Dr. Jose D. Vollet Filho (IFSC-USP)

Materiais de apresentação

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