Palestrante
Descrição
Neste trabalho, investigamos a origem dos neutrinos de alta energia detectados a partir do plano galáctico. O Observatório IceCube, em 2023, após 10 anos em operação, foi capaz de identificar um fluxo de neutrinos vindo do plano galáctico. Esse sinal é consistente com modelos de emissão difusa, mas podem originar-se de fontes pontuais ainda não identificadas. A Via Láctea emite radiação em todo o espectro eletromagnético, com destaque para os raios gama acima de 1 GeV, gerados pela decomposição de píons neutros, resultantes de raios cósmicos colidindo com o meio interestelar. Além dos píons neutros, essas interações produzem píons carregados, que, ao se decompor, geram neutrinos. Aqui investigamos a correlação de neutrinos provenientes da Via Láctea e suas possíveis conexões com emissores, como Remanescentes de Supernova (SNR), Nebulosas de Vento de Pulsar (PWN), Sistemas Binários com Regiões de Colisão de Ventos Estelares, entre outros. Para isso, desenvolvemos um método computacional inspirado na abordagem utilizada pela colaboração IceCube nos últimos anos. Este método considera as medidas dos eventos, como direção, incerteza angular, energia e zênite, aplicando um teste de hipóteses para verificar a existência de sinais provenientes das fontes nos catálogos selecionados. Além disso, incorporamos simulações de emissões de neutrinos previstas a partir dos dados de raios gama das fontes com maior significância. Este procedimento permite testar diretamente a hipótese de correlação entre a emissão dessas duas partículas. Apresentaremos os nossos resultados preliminares da correlação de neutrinos com fontes de raios gama, e discutiremos como tais resultados podem sugerir novos caminhos para entender os mecanismos de produção de partículas super energéticas na Via Láctea.